Recolhemos e tratámos um cãozinho,
sempre pensando ir conseguir-lhe um ninho
mais tarde, numa casa onde o amassem.
Nos Multibancos, com anúncios lá colados,
na Internet, em vários sites pesquisados,
não encontrámos uns bons donos que o levassem.
É certo que exigimos um bocado!...
Passaram 5 meses, e o safado
a todos conquistou com sua graça.
Peludo meigo e belo, muito pêlo
ondulado, em madeixas, qual cabelo
comprido, que nos dedos se deslaça.
Bichinho engraçado e atrevido,
senhor do seu nariz e decidido
a monopolizar a sua dona.
Uma boa família o adoptou!
Foi um fim de semana que passou...
e já está de regresso pra ficar.
Aqui todos chorámos sua ausência;
apesar de ir pra perto, a influência
que teve em nossas vidas, foi demais.
A sua companheira, emudeceu.
Daisy, sem companheiro entristeceu.
E dizem que «são apenas animais»(...!)
O Monty não comeu, na outra casa.
Fizeram-lhe de tudo, mas arrasa
ver encolhido ao canto, um animal.
Nem festas ou afagos, brincadeiras,
rações diversas, guloseimas, mil maneiras
para evitarem o uivo gutural.
Temos de volta o nosso Monty, a ladrar;
outra vez juntos e felizes, este lar
acolhe o retornado filho pródigo.
O que aprendemos tem, com certeza, valor;
verdadeira lição de vida, amor...
entre animais e homens, há um código.
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25//09/2002
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores n.º 20958